O que é Sabonete de Castela e por que você precisa dele em seu banho.
- Herbal Saboaria
- 1 de jun. de 2021
- 5 min de leitura
Atualizado: 27 de ago. de 2023

Você já ouviu falar do Sabonete de Castela? O sabonete de Castela – conhecido no passado por seus nomes em Latim, Sapo hispaniensis ou Sapo castiliensis – é hoje um popular sabonete que pode ser encontrado no mundo todo em variadas versões, sendo indicado para diversas aplicações: tomar banho, lavar os cabelos, as roupas, escovar os dentes, lavar vegetais, limpar a casa, sendo especialmente recomendado para pessoas com pele sensível e até bebês, devido à sua fórmula simples e sem substâncias que causam alergias. Mas nem sempre foi assim, esse sabonete único e especial tem uma história antiga e hoje queremos te contar um pouco mais sobre isso. Vamos lá?!

O Sabonete de Castela é um dos mais antigos sabonetes que se tem registro na história humana e segue popular até os dias de hoje. Sua origem localiza-se na região de Levant – hoje Síria – mais especificamente em Aleppo, onde se fazia um sabão à base de óleo de oliva e óleo de louro, conhecido como Sabonete de Aleppo. O Sabonete de Aleppo popularizou-se e sua produção espalhou-se numa jornada pela Rota da Seda, alcançando a Ásia, o Oriente Médio e a Pérsia, onde foi descoberto pelos Europeus durante a Primeira Cruzada, no século 11. Ao retornar à Europa, os cavaleiros haviam aprendido com os sírios as técnicas para reproduzir o Sabonete de Aleppo, começaram então a produzir sua própria versão do popular sabonete com as ferramentas e ingredientes que tinham à disposição, logo a produção distribuiu-se por todo o Mediterrâneo.

A chegada do sabonete de Aleppo revolucionou a saúde pública e higiene pessoal na Europa. Banhos não eram um hábito comum na Idade Média, a falta de higiene foi a principal causa da propagação desenfreada de doenças infecciosas e mortais. No princípio a produção do sabonete ficou restrita ao Mediterrâneo, mas com a chegada de fabricantes de sabão muçulmanos, aos poucos foi disseminada pela Espanha e Itália durante o século 12. Foi graças à técnica desses fabricantes que a produção europeia começou a se destacar, fazendo das cidades espanholas Málaga, Cartagena, Castela, Alicante e das cidades italianas Savona, Gênova, Nápoles, Bolonha e Veneza os maiores centros de exportação de sabonetes de toda a Europa. Entre esses centros produtores, o que mais se destacou foi Castela, principalmente devido à sua abundante produção de óleo de oliva, ingrediente crucial na fabricação dessa milenar barra de sabonete. A versão espanhola do sabonete de Aleppo passa então a ser conhecida como Sabonete de Castela.

A fórmula original do Sabonete de Aleppo continha óleo de louro, o qual era escasso e de difícil acesso na Europa, o sabonete passou então a ser fabricado apenas com óleo de oliva, dada sua abundância na região, resultando numa barra de cor mais clara que a de Aleppo. Devido a esta característica, o sabonete foi associado tanto à higiene como à realeza, tornando-se popular entre a realeza espanhola e, mais tarde, sendo adotado por outras Casas Reais da Europa, chegando à Inglaterra na metade do século XVI através de importações marítimas. O manuscrito “Saponis Artificium”, acervo histórico da Universidade de Cambridge, relata como o Sabonete de Castela era feito na Inglaterra: uma parte de óleo de colza, três partes de sebo e adição de anilina, que dava um tom azulado ao sabonete. É interessante notar que a versão britânica não continha óleo de oliva refinado em sua fórmula, o que demonstra que ingleses da época não haviam aprendido as técnicas dos produtores sírios e dos espanhóis, desenvolvendo fórmulas e técnicas próprias na produção dos seus sabonetes.
Hoje os sabonetes de Castela ainda são feitos principalmente com óleo de oliva, mas também podem conter outros óleos vegetais, como óleo de coco, óleo de palma, óleo de soja, óleo de jojoba, argan, neem, etc. O sabonete de Castela pode ser encontrado nas versões sólida e líquida, a única diferença entre eles é simplesmente o alcalinizante usado no processo de saponificação: sabonetes sólidos são feitos com hidróxido de sódio, enquanto sabonetes líquidos, com hidróxido de potássio.

Ainda hoje, muitos séculos depois de ter sido criado, o Sabonete de Castela continua sendo um dos sabonetes mais naturais e biodegradáveis que você pode encontrar. Diferente dos sabonetes comerciais, que dependem de perfumes sintéticos e aditivos que fazem espuma, o Sabonete de Castela contém saponinas naturais provenientes da saponificação do óleo de oliva, o cheiro vem de óleos essenciais presentes na fórmula. Estes ingredientes naturais fazem desse sabonete um produto biodegradável e 100%, o que resulta num menor impacto ambiental e também uma produção livre de resíduos.
O sabonete de Castela é indicado para todos os tipos de pele, especialmente para as peles sensíveis e secas. Seu uso dispensa o uso de hidratantes, pois sua fórmula, rica em óleo de oliva, traz todos os efeitos hidratantes desse óleo nobre para a beleza da nossa pele. Um dos produtos naturais da saponificação de óleos é a glicerina, que é uma das partes mais nobres do sabonete, é devido a ela que sentimos a pele macia depois do banho, a glicerina também cria uma barreira que impede a perda de água, sendo altamente umectante. Este sabonete é perfeito para adultos, mas também para crianças e bebês. É natural, saudável, sustentável e livre de alérgenos. O sabonete de Castela limpa profundamente os poros, e é indicado para quem sofre com acne e eczema.

O sabonete de Castela da Herbal Saboaria mantém uma fórmula próxima da tradicional barra de Castela, tendo em sua fórmula mais de 90% de óleo de oliva extravirgem. Nosso sabonete de Castela também é fabricado através do método milenar, onde os óleos e a base alcalina são fervidos até que o óleo seja totalmente saponificado e o hidróxido de sódio inteiramente transformado. Nesse método podemos ver a formação da glicerina, que é facilmente vista ao final da saponificação, trata-se de uma substância líquida transparente de sabor adocicado. Nesse momento a mistura é resfriada e mexida até que toda a glicerina seja incorporada à massa saponificada. A massa de sabonete é então despejada em moldes e, posteriormente, cortada em cubos após o total resfriamento. Esses cubos são então empilhados de uma forma que permite a passagem do ar por todos os seus lados, ficando nesse processo de cura por cerca de seis meses. Esse tempo garante um pH mais baixo nas barras, mas também permite que a água utilizada na reação inicial evapore completamente, o que resulta numa barra muito sólida que deve durar por mais tempo.
E aí, o que você achou da história do Sabonete de Castela? Nós adoramos contar essa história, esse Sabonete é realmente um dos nossos favoritos e não poupamos esforços para fabricar o melhor Sabonete de Castela do Brasil!
Vem experimentar que a satisfação é garantida, nós prometemos ;)
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